Entre o rock e o jazz improvisado, os TGB têm trilhado um caminho próprio no jazz feito em Portugal. O guitarrista Mário Delgado e o baterista Alexandre Frazão, dois dos mais reconhecidos músicos do jazz nacional, juntaram-se ao virtuoso da tuba Sérgio Carolino, e o primeiro disco saíu em 2004, com temas originais e releituras de clássicos de Bud Powell, Thelonious Monk e Led Zeppelin. Em Evil Things, o segundo registo do trio, que a Clean Feed acaba de editar, ouvimos Bill Evans a par de Deep Purple e Black Sabbath, e originais do guitarrista e do baterista. Pretexto para uma conversa com Mário Delgado e Alexandre Frazão.
Gérard de Palmas, o cantor rock que se deu a conhecer em 93, com o álbum Dernière Année, tem novo disco, após 5 anos de ausência. Desta vez fortemente inspirado pela música folk, De Palmas assina as composições, os arranjos e toca todos os instrumentos em Sortir, que tem a participação de Eagle-Eye Cherry em Pandora's Box.
Uma outra estreia da semana é o terceiro disco de Thierry Amiel, jovem revelado na série televisiva Nouvelle Star, uma versão do programa Ídolos. Où Vont Les Histoires? é um disco de baladas e um tributo à cantora canadiana Sarah McLahchlan.
Smile, o mais recente álbum de Maria Anadon, chega ao mercado nacional a 7 de Junho próximo, com edição iPlay. E este Sábado fazemos, em primeira-mão na rádio portuguesa, a antestreia do trabalho, no nosso destaque de aberturas de hora. Gravado nos EUA, novamente com as norte-americanas Five Play, Smile é o quinto álbum da cantora, considerada uma das maiores vozes do jazz portuguesas: uma colecção de 14 standards do cancioneiro norte-americano, relidos por arranjos das instrumentistas das Five Play, dando vida nova a clássicos como “I Love Being Here With You”, “Love for Sale”, “Misty”, “My Favorite Things”, “So In Love” ou o imortal tema composto por Charlie Chaplin para o filme Tempos Modernos e que dá nome ao álbum. Os oito temas que iremos estrear na rádio portuguesa foram escolhidos pelos “fãs” do nosso programa, no Facebook. E Maria Anadon estará em estúdio, em directo, para nos falar do seu novo trabalho.
Ao redor das meias-horas, no habitual segundo destaque das nossas emissões semanais, recuperamos Jazz, o álbum de 1991 de (Dame) Cleo Laine, reeditado em 2008, em versão remasterizada. Dos standards às peças contemporâneas, o álbum encontra a cantora em surpreendente forma e rodeada de músicos de primeira linha, nomeadamente Gerry Mulligan, Toots Thielemans ou o seu marido, (Sir) John Dankworth, recentemente falecido. Aos 82 anos e ainda no activo, esta gigantesca voz britânica foi, até à data, a única cantora do mundo a ser nomeada para os Grammy Awards nas categorias de música Pop, Jazz e Clássica. À beira dos 60 anos de carreira, trabalhou a solo e com uma constelação de estrelas, de Nigel Kennedy a Ray Charles, de John Williams a Mel Tormé. E se a sua voz tem servido quase todos os géneros musicais, é no Jazz – e também neste Jazz - que está, verdadeiramente, no seu elemento natural. Para comprovar esta noite, à razão de dois temas por hora.
No Evasões da semana o destaque vai para a apresentação de Tarab, o novíssimo disco dos Danças Ocultas, o quarteto de concertinas (acordeão diatónico) formado por Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel em Maio de 89. Com repertório original, os Danças Ocultas levam a sua nova música- e temas de Danças Ocultas (96), Ar (98) e Pulsar (2004)- ao Instituto Franco-Português, este domingo, 30 de Maio, às 21h.
Ao longo de Maio e Junho, o IFP propõe Grande Prémio do Cinema Africano, um ciclo de algumas obras premiadas e pouco vistas entre nós. Depois de filmes de Souleymane Cissé e Idrissa Ouedraogo, esta mostra de cinema africano realizado nos últimos 30 anos, prossegue com a longa-metragem Au Nom du Christ (1993), de Roger Gnoam M'Bala(Costa do Marfim). A aventura de um criador de porcos que um dia tem uma visão dizendo-lhe qual a sua missão em vida: tornar-se primo de Cristo e salvar os fracos. Uma história sobre a espiritualidade e o abuso do poder, premiada no grande festival de cinema africano, Fespaco, em 93, em Locarno, Milão, Montréal e Durban.
O ciclo de cinema tem lugar no IFP todas as 2ªs, às 19h, com entrada livre e legendagem em português, até ao fim de Junho.
Outras propostas com...
... Jean-Paul Lefèvre, Margarida Antunes e Antonieta Lopes da Costa
Em breve apanhado de concertos a não perder, este fim-de-semana, sugerimos o ciclo Jazz em Stereo, com programação dos músicos José Dias e Jorge Nogueira, e organizado em parceria com a Escola JB Jazz. Até 23 de Julho, o bar Vinyl acolhe duos ou trios improváveis com repertório ou arranjos originais: depois de Carlos Barretto e Yuri Daniel, e de Pedro Madaleno e José Soares, as noites do Vinyl prosseguem com Raquel Marques (voz) e Sebastian Scheriff, o percussionista argentino que integra o colectivo In Loko de Carlos Barretto, o grupo de Carmen Souza e o projecto Aduf, de José Salgueiro e José Peixoto, entre outras formações. Voz e percussão, esta 6ªf, 28 de Maio, a partir das 23h, no Vinyl, Alcântara, Lisboa.
O Onda Jazz recebe a Reunion Big Band, dirigida pelo trombonista Claus Nymark, com João Capinha, Rita Nunes, Manuel Lourenço, Fernando Soares e Raimundo Semedo (saxofones), Alexandre Andrade, Gonçalo Marques, Tomás Pimentel, Emília Santos e Ricardo Pinto (trompetes), Daniel Hewson, Narciso Cardoso, Nuno Carreira e Diogo Costa (trombones), Francisco Costa Reis (guitarra), Sérgio Rodrigues (piano), Vasco Sousa (contrabaixo) e Alexandre Alves (bateria), com um repertório de standards do jazz e temas de Pat Metheny e Debussy com arranjos originais. 6ªf, 28 de Maio, às 23h, em Alfama.
Amanhã, no clube de Alfama, ouve-se Ogre (no vídeo acima), um dos recentes projectos da cantora Maria João, com uma forte componente electrónica, com João Farinha (piano, rhodes), Júlio Resende (piano, rhodes), André Nascimento (electrónica) e Joel Silva (bateria). Sábado, 29, às 23h.
O pianista Mário Laginha está ao vivo a solo no Rota Jazz, na Casa da Cultura da Trofa, este sábado, 29, às 22h. Fado, no vídeo acima, é um dos temas de Canções e Fugas de Mário Laginha.
O trio de Bernardo Sassetti, com Carlos Barretto e Alexandre Frazão, volta aos palcos com Motion, o novo disco, no Teatro Virgínia, Torres Novas, este sábado, 29, às 21.30. Vagabundo, no vídeo, é um dos temas de Motion.
O Portugal Jazz leva a Oeiras o Zé Eduardo Unit, do contrabaixista Zé Eduardo, com Jesus Santandreu (sax tenor) e Bruno Pedroso (bateria), este sábado, 29, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho, às 21h. No vídeo, um dos temas do álbum A Jazzar no Zeca, do trio.
Por fim, o Out Jazz termina o seu primeiro mês de domingos nos jardins da cidade com o trio do pianista Filipe Melo, com Bernardo Moreira (contrabaixo) e Bruno Santos (guitarra), no Jardim da Estrela, no domingo, 30 de Maio, às 17h, com entrada livre.
Debate político avesso ao politicamente correcto com um pé- às vezes dois- na blogosfera.
- O estado do governo – Após a trapalhada que foram os impostos retroactivos, o governo parece atabalhoar-se no combate à crise. Qual é o verdadeiro estado do governo PS e da oposição PSD?
- A Europa depois da crise – Com défices públicos astronómicos, o que irá acontecer ao modelo social europeu?
- Tea Parties – O quase libertário Rand Paul venceu as primárias no estado do Kentucky. Será este o início de uma forte mudança na política norte-americana, ou apenas mais um subproduto da crise?
Esta semana, André Abrantes Amaral e Antonieta Lopes da Costa em debate com Tomás Belchior (O Insurgente) e Manuel Pinheiro (Cachimbo de Magritte).
Em final de semana ouvimos as opiniões que nos foram chegando sobre o caso da professora Bruna Real...
... com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 28 de Maio- 10.35/ 19.35
Domingo, 30 de Maio- 18.35
Nos próximos dias queremos saber o que pensa da juventude alcoólica. O texto, com a assinatura de Carla Hilário Quevedo, é publicado aqui em parceria com o jornal Metro. Pode dar-nos a sua opinião, se preferir, através do 21.351.05.90. Até às 16h da próxima 5ªf.
Juventude alcoólica
Todos os que passaram pela adolescência sabem que é uma época um bocado parva da vida. As certezas absolutas de tudo, a impaciência com os mais novos, os mais velhos e os da mesma idade, e a revolta de ainda não ser adulto para poder fazer o que muito bem quer são algumas das características de um adolescente típico e de adultos que realmente nunca cresceram. Aos 16 anos quase tudo é um problema sem solução à vista, e os excessos tomam conta do crescimento, sobretudo numa fase em que tudo é um exagero. Mas há descontrolos mais nocivos que outros. Um estudo da Deco revelou que mais de metade dos jovens entre os 12 e os 15 anos que tentaram comprar bebidas alcoólicas conseguiram fazê-lo, apesar de a lei actual proibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 16 anos. Segundo uma notícia no Público, a Deco esclareceu que «entre 78 cafés e pastelarias, restaurantes de fast food e super e hipermercados visitados, foi mais fácil obter a bebida nestes últimos estabelecimentos». O estudo é útil, não só porque vem confirmar uma tendência observada em bares de adolescentes, mas também porque aponta outros locais onde as autoridades deverão intervir. A ASAE existe também para fiscalizar os bares onde se vendem «shots» de vodka a rapazes e raparigas que não têm idade para consumir uma única bebida, quanto mais várias de uma vez. Ainda segundo a mesma notícia, um estudo realizado há três anos pela Universidade Nova de Lisboa para o Instituto da Droga e da Toxicodependência revelava que quase nove por cento dos adolescentes entre os 16 e os 17 anos consomem cinco bebidas numa única ocasião. O hábito é repetido três a cinco vezes por mês. As consequências do abuso de consumo de álcool na adolescência são muito graves. Cerca de quarenta por cento dos jovens que morrem em acidentes de viação apresentavam álcool no sangue. E há outras sequelas. João Goulão, presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência alerta para o aparecimento de jovens abaixo dos 30 anos com cirroses. Os adolescentes hoje bebem mais? Como se combate este problema?
Kim Jong-Il (Coreia do Norte) e Lee Myung-bak (Coreia do Sul)
Na sua crónica semanal de informação e comentário à actualidade internacional, Nuno Wahnon Martins, advogado e consultor político em Bruxelas, destaca:
- Crise na Península Coreana - A recente crise entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul ameaça alastrar-se para um conflito mais alargado. As recentes declarações de Hillary Clinton mostram que os Estados Unidos estão prontos a intervir se necessário. Breve análise das consequências de um conflito no Extremo-Oriente.
- Escudo antimíssil de regresso à Polónia - A instalação de mísseis Patriot na Polónia enervou os Russos, que acusam os Estados Unidos de reduzir o nível de confiança entre os dois países. Volte-face na política de Obama, ou mera conclusão de um acordo entre aliados?
A meio da Primavera multiplicam-se os festivais de jazz e os concertos, e em Coimbra começa esta noite a 8ª edição do Jazz ao Centro- Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra, que se divide por 2 fins-de-semana (até 5 de Junho), num modelo que tem vindo a ser explorado desde 2008. O primeiro fim-de-semana tem como cabeças de cartaz os norte-americanos Mostly Other People Do The Killing, o quarteto que esgotou a Culturgest na passada 4ªf. Os seus 4 discos já editados, com o novíssimo Forty Fort a reproduzir a capa de Out of the Afternoon, de Roy Haynes, tal como em This is Our Moosic piscavam o olho a This Is Our Music de Ornette Coleman, tornam claras as intenções do grupo: uma revisão da história do jazz e sua subversão, com claras referências no hard bop e free jazz, nos standards e no punk rock. Moppa Elliott (contrabaixo), Peter Evans (trompete), Jon Irabagon (saxofone) e Kevin Shea (bateria) estão ao vivo no Salão Brazil, na Baixa de Coimbra, a 27, 28 e 29 de Maio, a partir das 23h, com concertos que irão ser registados para posterior edição em disco.
O virtuoso trompetista Peter Evans toca a solo no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, um novo espaço que o festival escolhe como local privilegiado para solos ou duos de música improvisada. Com amplificação, para explorar os efeitos do seu trompete, Peter Evans toca a solo na 6ªf, 28 de Maio, às 19h.
Por fim, os Digital Primitives (no vídeo abaixo) apresentam-se em Coimbra, depois de terem tocado, há vários anos, nos Açores, para uma noite de música com matriz no jazz. Cooper-Moore (voz, banjo, diddley bow, mouth bow, flauta e percussão), Assif Tsahar (sax tenor, clarinete baixo) e Chad Taylor (bateria, percussão, m'bira) estão ao vivo no sábado, 29 de Maio, no Teatro Académico de Gil Vicente, às 22h.
Os Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra 2010 prosseguem no primeiro fim-de-semana de Junho.
Mendo Henriques, Frederico Brotas e João Jardine debatem o roteiro do IDP sobre a Governação e de como novas soluções de redistribuição dos dinheiros públicos entre Governo e Comunidades Regionais (NUTS III), impedindo o prévio financiamento rígido de actividades insustentáveis, são decisivas para o desenvolvimento sustentável e para a incorporação de conhecimento e cultura no sistema produtivo, e para mobilizar os portugueses num quadro de crise em que a globalização atingiu o máximo e a regulação o mínimo.
