Entretanto chegam-nos notícias de mais concertos por estes dias: o pianista Júlio Resende leva o repertório do seu segundo álbum, Assim Falava Jazzatustra, ao Centro de Estudos de Jazz da Universidade de Aveiro, criado em 2002 e integrado no Instituto de Etnomusicologia- Centro de Estudos em Música e Dança. O vídeo acima capta a gravação do disco, ao vivo na Fábrica Braço de Prata, Lisboa, em Maio de 2009. Em Aveiro, o pianista toca em trio, 5ªf, 1 de Julho, às 18h, com entrada livre.
Por fim, no Vinyl, em Alcântara, tocam os Rendez-Vous, trio formado por Nuno Marinho, guitarrista premiado na Festa do Jazz do São Luiz, em Abril passado, como melhor instrumentista no concurso de escolas, Augusto Macedo (baixo) e André Mota (bateria). Apesar da data apresentada no cartaz, o concerto acontece amanhã, 5ªf, 1 de Julho, às 22.30.
Aprender a ouvir Jazz, com um concerto comentado, é o projecto do maestro Adelino Mota, fundador de várias escolas de música e orquestras juvenis na região do Oeste, e director artístico do Festival de Jazz de Valado dos Frades, Nazaré. Com um 4teto formado por João Capinha (sax alto), Márcio Silvério (guitarra), Gonçalo Leonardo (contrabaixo) e Vítor Copa (bateria), todos ex-alunos de Adelino Mota, o maestro sublinha os aspectos melódicos, harmónicos e rítmicos do jazz, através de uma selecção de standards. Depois de apresentações em Viseu e em Lisboa, na Festa do Jazz do São Luiz, o concerto comentado tem lugar no Centro Cultural Caldas da Rainha, esta 4ªf, 30, às 22h.
No bar/restaurante Vinyl, o palco abre-se, pela primeira vez, a uma jam session em volta de sonoridades pop/rock/blues, com entrada livre e convite estendido a todos os que queiram dar a conhecer o seu talento. 4ªf, 30, em Alcântara, Lisboa.
No primeiro Jazz às 5ªs de Julho, a música tem uma sensibilidade nórdica, com o 4teto Maryland da pianista Maria Kannegaard, formado por Hakon Kornstad (sax tenor), também membro dos Wibutee, Ole Morten Vägan (contrabaixo), que tem tocado em Portugal com o pianista Júlio Resende, e o baterista Hakon Mjaset Johansen. Nascida na Dinamarca mas radicada na Noruega, Maria Kannegaard é apontada como uma das compositoras que tem vindo a redefinir o papel do piano no trio clássico do jazz. Keith Jarrett, Bill Evans e Monk são referências que a dinamarquesa revela na sua música, esta 5ªf, 1 de Julho, ao vivo na Cafetaria Quadrante do CCB, às 22h, com entrada livre.
(O vídeo acima foi gravado em Oslo, em 2008, por alturas do lançamento de Camel Walk, o terceiro disco do trio da pianista.)
E na Fábrica Braço de Prata, o pianista Filipe Melo está ao vivo, em trio, com diferentes convidados, todas as 5ªs, a partir das 23.30. 1 de Julho, no Poço do Bispo. (No vídeo acima, em trio com Bernardo Moreira e Bruno Santos, ao vivo no AngraJazz.)
A Escola de Jazz Luiz Villas-Boas/ Hot Clube de Portugal tem abertas as suas inscrições, para o ano lectivo de 2010/11, até dia 9 de Julho. A Escola, com direcção pedagógica do guitarrista e compositor Bruno Santos e do trompetista João Moreira, tem ainda um Atelier de Iniciação ao Jazz, destinado a crianças dos 10 aos 14 anos, com início previsto para o Outono de 2010. Mais informações aqui.
Na Universidade Lusíada de Lisboa, em parceria com a Escola JB Jazz, decorre, entre 12 e 17 de Julho, um Curso de Verão em Jazz destinado a estudantes de música, com a coordenação do guitarrista e compositor Ricardo Pinheiro. Mais informações aqui.
Em 2007 estimava-se a existência, em Portugal, de mais de 14 mil posições de atendimento em call centers, um sector em crescimento nos últimos 10 anos, tendência comum à União Europeia e ao resto do mundo. Para avaliar o funcionamento e a situação dos trabalhadores dos call centers em Portugal, as investigadoras Maria José Chambel e Filipa Castanheira, do Núcleo de Psicologia das Organizações da Universidade de Lisboa, realizaram o estudo "Trabalhar num Call Center - dos Mitos à realidade" (HR Editora) e vêm ao Europa Entrevista apresentar as conclusões.
Paula Sousa, uma das nossas pianistas e compositoras de jazz, falou-nos do seu percurso na música, dos estudos no Conservatório à Escola do Hot Clube, passando pelas experiências na pop, com os Repórter Estrábico, Ban e Três Tristes Tigres, há cerca de dois anos, quando apresentou Valsa para a Terri, o disco com que se dava a conhecer no meio jazzístico. A pianista que um dia se cansou de esperar pelas oportunidades e se lançou, com os meios que tinha à disposição, à gravação e edição da sua música, surge agora com novo registo de composições originais. Nirvanix, com selo da Jacc Records, editora criada recentemente em Coimbra, tem as colaborações de Afonso Pais, Demian Cabaud, Luís Candeias, Sara Serpa, André Matos, João Paulo Esteves da Silva e Jorge Reis. O concerto de apresentação de Nirvanix está marcado para dia 12 de Julho, no Museu do Oriente, às 22h.
Este fim-de-semana descobrimos um dos discos que a revista Les Inrockuptibles considerou, em finais de 2009, como um dos que iria marcar a pop francesa em 2010. La Reproduction, novo álbum de Arnaud Fleurent-Didier, que se estrou em 98, com Chansons Françaises, é um registo orquestral que se lança, com um olhar desassombrado, a questões como a identidade francesa, a educação, o amor e a política. Entre Michel Polnareff, Pierre Vassiliu, John Barry e os Smiths, La Reproduction chamou a atenção com a canção France Culture, que já circula na internet em várias traduções... e que se pode ouvir aqui.
Destaque ainda, esta tarde, para 20m2, o disco de estreia de Amandine Bourgeois, que continuamos a rodar por aqui. Em ambiente pop-rock, a cantora revelada pela televisão francesa faz valer os trunfos de canções escritas por Etienne Daho, La Grande Sophie e Alain Bashung para dar a conhecer o seu talento.
“Num cenário ao vivo, quero que o público ouça cada centímetro de mim”. Assim fala René Marie, a cantora norte-americana que faz, esta semana, o nosso destaque de aberturas de hora. E assim o mostra, no seu álbum «Live at Jazz Standard», gravado ao vivo em três noites no final de 2002, no afamado clube nova-iorquino, acompanhada por John Toomey ao piano, Elias Bailey no contrabaixo e T. Howard Curtis (III) na bateria. Nesta edição MaxJazz de 2003, René Marie mostra todo o potencial da sua voz ainda hoje demasiado desconhecida, seja na reinvenção de standards como “Deed I Do”, “A Foggy Day” ou “Where Or When”, seja com arrojos como um medley que junta… o Bolero de Ravel e “Suzanne” de Leonard Cohen!
Pelas meias-horas, no nosso habitual segundo destaque das emissões semanais, fazemos uma retrospectiva de carreira de Gayle Peck. O mundo guardou-a na história da música e do cinema como Julie London, o nome artístico com que triunfou no ‘showbiz’. Enquanto o seu percurso como actriz se estendeu por mais de 35 anos no cinema e na televisão, teve o pico da sua carreira como cantora na década de 1950. Gravou 32 álbuns, foi eleita a cantora mais popular anos seguidos pela revista Billboard e o seu single mais conhecido é o mítico “Cry Me a River”, escrito para si pelo seu colega de liceu Arthur Hamilton e produzido por Bobby Troup. À razão de três standards por hora, a voz de Julie London tem assim, esta semana, mais uma merecida homenagem na rádio.
Debate político avesso ao politicamente correcto... com um pé na blogosfera.
Saramago – O falecimento de José Saramago veio reacender velhas polémicas que o escritor sempre alimentou, ao ponto do Presidente da República não estar presente no seu funeral. É possível que um escritor extraordinário origine tanto ressentimento?
Chips e SCUTs – O PS decidiu colocar portagens em algumas SCUTs que serão pagas através dos chips, cuja colocação passar a ser obrigatória em todos os automóveis. O PSD responde com o fim de todas as SCUTs e também dos chips. Teremos acordo?
Euro e medidas de combate ao défice – Com o Euro em queda livre será que os governos europeus vão olhar com outros olhos para os cortes na despesa pública decididas pelo governo britânico?
Freeport – De acordo com a procuradora Cândida Almeida, o caso Freeport está quase pronto e, com o levantamento do segredo de justiça, passará a ser público a todos os intervenientes. Quais serão as consequências políticas da divulgação de toda a matéria processual?
Esta semana, André Abrantes Amaral e Antonieta Lopes da Costa debatem com Miguel Botelho Moniz (O Insurgente) e Nuno Ramos de Almeida (5 Dias). Os programas anteriores estão aqui.
Este fim-de-semana conferimos as opiniões sobre a catástrofe ambiental provocada pela explosão de uma plataforma da BP no Golfo do México.
Com Carla Hilário Quevedo e Betânia Valente
6ªf, 25 de Junho- 10.35
Domingo, 27 de Junho- 18.35
Entretanto já temos novo tema de debate. O texto tem a assinatura de Carla Hilário Quevedo e é publicado aqui em parceria com o jornal Metro. Pode dar-nos a sua opinião, se preferir, através do 21.351.05.90, até às 16h da próxima 5ªf. Os delinquentes são recuperáveis?
James Bulger
A história de James Bulger demora infelizmente pouco a contar. O rapaz tinha dois anos quando no dia 12 de Fevereiro de 1993 foi raptado de um centro comercial em Merseyside, torturado e espancado até à morte. Dois dias depois, o corpo seria encontrado mutilado na linha do comboio. Aproveitando uma breve distracção da mãe, Jon Venables e Robert Thompson, ambos de dez anos, levavam a criança com o único propósito de dispor dela como bem entendessem. Venables e Thompson foram declarados culpados pelo crime e o tribunal decidiu a favor da detenção de ambos até aos dezoito anos de idade. Em 2001, Venables e Thompson saíram da unidade de segurança de Red Bank e vivem em liberdade condicional perpétua. Foram-lhes concedidas novas identidades, estão impedidos de voltar a Liverpool e de manter qualquer contacto um com o outro. Psiquiatras e especialistas em delinquência juvenil entenderam que a reabilitação destas duas pessoas era uma realidade à espera de ser concretizada. Só a vida em liberdade permitiria Venables e Thompson a integração na vida em sociedade e a redenção do crime cometido. Segundo as conclusões de relatórios psiquiátricos divulgadas pela imprensa, Jon Venables mostrara «um progresso psicológico excepcional» e era na altura da sua libertação uma pessoa «mais madura e responsável». Em Março deste ano, um homem foi detido por suspeita de participação em crimes relacionados com pornografia infantil. A imprensa britânica divulgou que se trata de um dos assassinos de James Bulger. Jon Venables é acusado de descarregar e traficar filmes pornográficos com crianças e voltou para a prisão. A violação da liberdade condicional e o regresso de Venables às páginas dos jornais britânicos contradizem todos os relatórios psiquiátricos optimistas. Não houve integração nem redenção, Venables não estava doente aos dez anos e, por isso, em 2001 também não estava nada melhor. Em 2010, talvez seja hora de perceber que não é recuperável. Que tipo de delinquente pode ser recuperado? Há recuperação social depois da cadeia?
Na actualidade internacional da semana, Nuno Wahnon Martins destaca os que mais directamente se relacionam com o dia-a-dia da União Europeia, a nível político, económico e social. Esta semana:
- Mundial de Futebol 2010: as desgraças da selecção francesa - análise desportiva e politica do que ocorreu com a Selecção Francesa de Futebol no Mundial da África do Sul.
- A entrevista do General Stanley McChrystal: comentário à polémica entrevista do ex-Comandante das Forcas da NATO no Afeganistão à revista Rolling Stone.
Nuno Wahnon Martins é advogado, consultor político em Bruxelas e Membro do European Values Network.
