Estão de regresso os Lilicub, que conhecemos no final da década de 90 com o seu mega-êxito Voyage en Italie. O trio, formado em 92, passou agora a duo, com Catherine Diran e Benoît Carré, e lançou este ano um novo disco: Papa a Fait Mai 68. A pop optimista e luminosa do grupo mantém a elegância mas abre agora as portas ao desencanto e à ironia. Anos depois de um silêncio relativo- Catherine publicou alguns romances, o casal teve um filho, Benoît continou a escrever canções-, Papa a Fait Mai 68, com colaborações de Seb Martel e Albin de la Simone, entre outros, permite redescobrir alguma da melhor pop francesa.

No universo do rock, numa veia mais sombria, encontramos o novo registo de Christophe, Aimer ce que Nous Sommes. O veterano do rock francófono, marcado desde muito cedo pelo blues de Robert Johnson e de John Lee Hooker, e assumidamente cinéfilo, desapareceu de cena em meados da década de 80, tendo regressado, em 96, com o ambiental Bevilacqua- com a colaboração de Alan Vega, dos Suicide. Após um percurso irregular, nos últimos anos, reencontramos Christophe em 2007, no disco Arkhangelsk, do trompetista Erik Truffaz, e neste seu novo disco. Gravado entre Paris, Londres e Sevilha, Aimer ce que Nous Sommes convida a actriz Isabelle Adjani e o especialista de jazz e coleccionador de arte Daniel Filipacchi, evoca os universos de Antonin Artaud e de David Lynch, e é considerado um dos melhores discos do cantor-compositor.

Com Ricardo de Matos

Domingo, 30 de Novembro- 16h