Rádio Blog: Amor Eterno
(foto daqui)
De regresso, neste início de ano, o Rádio Blog traz para debate o estranho caso, ou talvez não, do amor eterno, na sequência das experiências recentes de vários cientistas norte-americanos. O texto, de Carla Hilário Quevedo, é publicado em parceria com o jornal Meia Hora e, como já sabe, pode dar-nos a sua opinião através do 21.351.05.90 ou mais abaixo. Os comentário que nos chegarem até 5ªf, às 16h, serão ouvidos na edição semanal de 6ªf.
Amor Eterno
Cientistas norte-americanos resolveram finalmente dedicar-se a um tema inteligível: o amor eterno. A equipa da Universidade Stony Brook, de Nova Iorque, não descobriu o que leva alguns casais a manter a intensidade na paixão durante anos a fio, mas foi capaz de isolar um grupo reduzido de seres humanos que, estando juntos há mais de vinte anos, se comportam como se tivessem acabado de se apaixonar. Por isso, já sabe: se estiver casado há mais de vinte anos e quiser ter uma prova documental da fogosidade da sua paixão, vá até Nova Iorque e deixe que lhe façam uma ressonância magnética enquanto vê fotografias do cônjuge. O "fogo que arde sem se ver", celebrado por Camões, parece que afinal é bem visível do outro lado do Atlântico. O estudo contraria a ideia de que a paixão vai diminuindo ao longo do tempo até que ambos chegam ao dia do tédio absoluto e total. Pelo contrário, os casais capazes de viver uma paixão duradoura nunca se aborrecem. A estes espécimes humanos os cientistas chamaram cisnes, porque são animais monogâmicos. Manter uma relação amorosa toda a vida é uma preocupação nos nossos dias? Visto que não há receitas para a longevidade conjugal, o que valoriza acima de tudo num parceiro? O amor é assim tão irracional como o pintam?