Rádio Blog: Superstições
(imagem daqui)
A italiana Eluana Englaro faleceu esta semana ao fim de 17 anos em coma vegetativo e de uma longa batalha judicial do seu pai para que fossem desligadas as máquinas que a mantinham viva. As opiniões sobre a Eutanásia são ouvidas amanhã...
com Carla Hilário Quevedo e Betânia Valente
6ªf., 13 de Fevereiro- 10.35
E coincidindo com o calendário, a partir desta 6ªf., 13, queremos ouvir a sua opinião sobre as Superstições. O texto de Carla Hilário Quevedo lê-se mais abaixo em parceria com o jornal Meia Hora. Os comentários que nos chegarem ao blogue, ou através do 21.351.05.90, até às 16h de 5ªf., são ouvidos na 6ªf., pela manhã.
Superstições
A propósito de dias de azar, como a sexta-feira 13, julgo ser oportuno falar sobre superstições. Não deixa de me surpreender que algumas pessoas, dos mais variados extractos sociais, com maior ou menor conhecimento e inteligência, ainda façam uns gestos grandes ou pequenos para neutralizar acontecimentos que pensam trazer malefícios, como o sal que cai acidentalmente sobre a mesa, a escada por baixo da qual evitam passar, ou o malvado gato preto que se cruzou à sua frente. Admira-me que ainda persistam estes antigos temores irracionais. Mas talvez façam parte da nossa tradição. Há nessas crenças quase sempre um antecedente que mais ou menos as justifica. A escada tem que ver com a forca e o enforcado, os gatos com as bruxas e assim por diante. Mas nada disso explica a presença destas superstições no nosso quotidiano. Curiosamente, nunca foram actualizadas. Não acredito que haja alguém que acenda o computador sempre com a mão direita ou que evite passar por baixo de uma escada rolante. Mas, por acaso, já tenho visto pessoas a cruzar os dedos quando reiniciam o computador depois de a máquina ter parado sozinha. Ainda há pessoas supersticiosas? Conhece crendices modernas, mais adequadas aos nossos dias? Se não há superstições novas, devíamos inventá-las?