Dicionário do Jazz
"Parece que ninguém canta como eu a palavra fome. Ou amor. É sem dúvida porque sei o que se esconde nessas palavras, porque tenho orgulho suficiente para me querer lembrar." As palavras são de Billie Holiday (1915-1959), uma das cantoras mais inesquecíveis da história do jazz- e da história da música popular norte-americana. A sua voz, pequena, sem as capacidades de uma Ella Fitzgerald, continua, no entanto, a deixar marcas em quem a ouve. Boris Vian dizia dela que tinha uma voz de gata provocante, de inflexões audaciosas; Bobby Tucker, o pianista que a acompanhou entre 1946 e 1949, sublinhou o seu sentido do tempo na interpretação de uma canção e o cantor belga David Linx diz que é a primeira contadora de histórias do jazz, ao lado de Bessie Smith. Lady Day, a própria, também disse: "I always wanted Bessie's big sound and Pop's (Louis Armstrong) feeling. Young kids always ask me what my style is derived from and how it evolved and all that. What can I tell them? If you find a tune and it's got something to do with you, you don't have to evolve anything. You just feel it, and when you sing it other people can feel something too. With me, it's got nothing to do with working or arranging or rehearsing. Give me a song I can feel, and it's never work."
My Man, no vídeo acima, é a prova da sua honestidade.
Dicionário do Jazz com Betânia Valente e Andreia Lago
2ª a 6ªf- 9.45/ 16.45/ 19.20