Rádio Blog: Mães adolescentes
Este fim-de-semana ouvimos os comentários de (quase) todos ao tema da semana que agora termina: a extrema-direita na União Europeia.
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 19 de Junho- 10.35/ 19.40
Domingo, 21 de Junho- 18.35
Para os próximos dias já temos novo tema de debate: as mães adolescentes e a justiça, a propósito do menino Martim e da sua mãe, Ana Rita Leonardo. O texto, que publicamos aqui em parceria com o jornal Meia Hora, é assinado por Carla Hilário Quevedo.
Mães adolescentes
A 26 de Fevereiro de 2007, as assistentes sociais de Cascais levaram o Martim para Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, alegando que a mãe, Ana Rita Leonardo, de 13 anos, não teria condições para cuidar do filho. A criança entrou na instituição com cerca de dois meses de vida a pedido do tribunal. Em Julho de 2007, foi tomada a primeira decisão judicial no sentido de dar a criança para adopção. Na altura, a família recorreu com sucesso. Mas em Dezembro de 2008, na última visita de Ana Rita, a criança terá ficado emocionalmente perturbada e as visitas foram canceladas. Há seis meses que Ana Rita não vê o filho nem tem notícias dele. A 21 de Maio foi informada de que o Martim seria dado para adopção. Ana Rita, agora com 15 anos, suspendeu a greve de fome que iniciara há dias. O caso suscita várias questões e a primeira é saber se uma rapariga de treze anos é capaz de cumprir os seus deveres de mãe. Se no início Ana Rita duvidou, agora parece ter reunido as condições que lhe permitem cuidar do filho. Resta saber se a ordem do tribunal pode ser anulada. Estamos de novo perante um caso em que a celeridade do processo é decisiva. Uma mãe de treze anos é capaz de tomar uma decisão correcta? A justiça portuguesa tem a capacidade para decidir sobre o benefício da criança?