Cinema e Jazz: "Too Late Blues" de John Cassavetes
É um dos filmes menos conhecidos de John Cassavetes e na época da sua estreia a crítica, e o público, foi-lhe hostil ou simplesmente indiferente. Too Late Blues/ Prisioneiros da Noite (1961) surgiu de um contrato do realizador John Cassavetes com a Paramount, na sequência do êxito de Shadows, o seu filme de 1959. Mas o embate do realizador com o cinema made in Hollywood viria a ser infeliz nesta sua segunda longa-metragem, embora uma lição para o seu cinema futuro, que se tornou ferozmente independente. Obrigado a rodar na Califórnia, e não em Nova Iorque, como pretendia, e em 30 dias, em vez dos seis meses de que precisava, Cassavetes acabou por avaliar negativamente o seu próprio filme. Ao longo dos anos, no entanto, Too Late Blues tem vindo a ser reavaliado pela qualidade da representação dos actores, um dos aspectos mais valorizados por Cassavetes no seu cinema. A história de um músico de jazz sem grande sucesso que se apaixona por uma cantora, e se debate entre ceder ou não à oportunidade do êxito comercial, é protagonizada pelo cantor Bobby Darin (Ghost Wakefield), Stella Stevens (Jess Polanski), Everett Chambers e um jovem Seymour Cassel, que viríamos a encontrar, dez anos mais tarde, no filme Minnie and Moskowitz de Cassavetes. A banda sonora é assinada por David Raksin e tem interpretações de Benny Carter, Shelly Manne, Red Mitchell e Jimmy Rowles, entre outros.
Too Late Blues/ Prisioneiros da Noite é um dos filmes do ciclo Cinema e Jazz que decorre na Cinemateca Portuguesa até ao final da semana e tem exibição esta 3ªf, 29, às 22h.