Rádio Blog: Margot Kaessmann
(imagem daqui)
No fim desta semana ouvimos as opiniões de todos sobre o caso de Ray Gosling.
O texto de Carla Hilário Quevedo é publicado aqui em parceria com o jornal Metro. Deixe-nos o seu comentário aqui, ou através do 21.351.05.90, até às 16h da próxima 5ªf.
Próximo tema: Margot Kässmann
Margot Kässmann, de 51 anos, era até há poucos dias bispo de Hanôver e presidente do conselho nacional da Igreja Evangélica, que conta com cerca de 25 milhões de fiéis na Alemanha. Tinha 41 anos quando em 1999 foi nomeada, tornando-se o bispo mais jovem no país. Em Outubro do ano passado chegou ao topo da Igreja Evangélica alemã e fez história ao ser a primeira mulher a ocupar o lugar. Tem quatro filhas, é autora de trinta livros e ganhou notoriedade em 2007 por se ter divorciado do marido, que também fazia parte da Igreja. No dia 20 de Fevereiro, Margot Kässmann passou um sinal vermelho e foi parada pela Polícia. Estava embriagada e incapaz de conduzir. Uma análise revelaria que tinha uma quantidade de álcool no sangue três vezes superior à permitida por lei. Enquanto o escândalo fazia correr tinta na imprensa alemã, os membros da Igreja Evangélica alemã reforçavam o seu voto de confiança em Kässmann, lembrando que todos os seres humanos erram, mesmo os que exercem funções religiosas. Quatro dias depois do sucedido, e apesar deste apoio importante, Margot Kässmann decidiu renunciar ao cargo, admitindo estar «chocada por ter cometido um erro tão grave». Apesar de o erro ter apenas resultado numa infracção de trânsito, é certo que Kässmann se tornou um risco para si própria e para os outros no momento em que decidiu sentar-se ao volante naquele estado. Em ver de chamar um táxi, optou por abrir a porta do carro. E aqui reside a sua falha. Num caso idêntico, com um cidadão comum, a questão ficaria resolvida com o pagamento de uma multa e a apreensão da carta de condução. Ora, por que razão há-de ser diferente para o bispo da Igreja Evangélica alemã? Parece, neste caso, haver um entendimento específico do erro por parte da própria Margot Kässmann. Para esta mulher, o que podia ter acontecido por sua responsabilidade é mais devastador que a realidade de só ter passado um sinal vermelho. Um erro deste tipo, cometido por figuras com responsabilidades na comunidade, deve levar à renúncia voluntária ou é uma auto-punição exagerada?
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 26 de Fevereiro - 10h35/ 19h35
Domingo, 28 de Fevereiro - 18h35