Rádio Blog - Bullying
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Esta semana ouvimos as opiniões sobre o caso de Margot Kaessmann.
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ª, 5 de Março - 10h35/ 19h35
Domingo, 7 de Março - 18h35
O texto de Carla Hilário Quevedo é publicado aqui em parceria com o jornal Metro. Deixe-nos o seu comentário no blog, ou através do 21.351.05.90, até às 16h da próxima 5ªf.
A semana ficou marcada com o suicídio de uma criança de doze anos em Mirandela. A criança lançou-se ao rio Tua após ter sido agredida por colegas da escola Luciano Cordeiro. Não era a primeira vez que tal acontecia. O Leandro era vítima de «bullying» na escola. Alguns colegas de turma contam que havia três ou quatro alunos de 14 e 15 anos, que ameaçavam e agrediam os mais novos. Perante esta notícia de um crime, foi com espanto que li que os agressores entretanto identificados estão a ser acompanhados por um psicólogo na própria escola. Não consta que tenham sido detidos e interrogados pela Polícia. Seremos confrontados a todo o momento com o diagnóstico de os adolescentes sofrerem de uma qualquer perturbação psicológica que os obrigava a atormentar a vida de um miúdo de doze anos. Às desculpas psicológicas juntar-se-ão os adeptos da sociologia, que não vão tardar em arranjar teorias mirabolantes a respeito das fracas condições de vida destas pessoas, o que as leva a conviver mais de perto com a sua condição animal. Seja como for, o inquérito instaurado à escola depois da morte de Leandro peca por ser irremediavelmente tardio. Se é visível que as crianças estão longe de ser pacíficas, é também certo que nunca se ouviu tanto falar do problema do «bullying» na escola. A violência entre crianças ter sempre existido não desresponsabiliza a comunidade, que tem o dever de cuidar dos mais desprotegidos. Como as crianças, precisamente. A avó de Leandro, Zélia Morais, citada pelo Público, contou que a criança era agredida verbal e fisicamente e que há cerca de um ano teve de ser hospitalizada na sequência de uma agressão por colegas da escola, mas fora do estabelecimento. Contou ainda que a mãe do Leandro ia muitas vezes à escola contar o que se passava e que a «atendiam muito bem, mas nunca faziam nada, como não fizeram». Como deve a escola agir nos casos de «bullying»? A família deve ter um papel mais activo na denúncia destes casos? As crianças violentas são-no mais hoje ou sempre foram assim?