Rádio Blogue: John Galliano
John Galliano e Françoise Dior, sobrinha de Christian Dior (ao centro na fotografia), casada, em 1963, com Colin Jordan, figura principal do movimento neonazi britânico no pós-guerra.
Este fim-de-semana revemos as opiniões sobre a inseminação post mortem...
com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 4 de Março- 11.35/ 17.40
Domingo, 6 de Março- 18.35
Nos próximos dias queremos saber o que pensa sobre o caso John Galliano, despedido pela Dior. A carreira de John Galliano acabou? O que pensa da «tolerância zero» da Dior a comentários racistas? Deixe a sua opinião, se preferir, através do 21. 351 05 90, até às 15h da próxima 5ªf. A crónica de Carla Hilário Quevedo é publicada aqui em parceria com o jornal Metro.
John Galliano
Tudo começou quando o estilista principal da Casa Dior foi detido pela Polícia num bar no Marais, em Paris, por ter insultado um casal que ali se encontrava. John Galliano, bêbado e descontrolado, proferiu barbaridades anti-semitas, que o casal filmou com o telemóvel. Antes mesmo de o vídeo estar disponível em todo o lado, o presidente da Dior suspendia o estilista, por ser política da casa a «tolerância zero» a comentários racistas. Dias mais tarde, a suspensão passaria a despedimento e do despedimento viria um pedido de desculpa do costureiro pelas palavras ditas. Galliano passou de estilista talentoso, original, brilhante, a adorador de Hitler e instigador de ódio semita. O que é que lhe deu? Natalie Portman disse estar revoltada com o comportamento de Galliano e afirmou que não se adequava a um mundo que vive da beleza. Karl Lagerfeld disse estar furioso com o comportamento do estilista. Certo é que, ultimamente, o mundo da moda tem mostrado aspectos bem feios. Jovens modelos a morrer de anorexia, crianças usadas em campanhas publicitárias para adultos, assassinos de um lado para o outro na passarela e costureiros anti-semitas. Afinal, o mundo da moda não parece ser diferente do mais comum dos mundos. Só veste, maquilha e penteia com sofisticação. É, no entanto, decepcionante que a beleza dos vestidos não esteja de acordo com a conduta de quem os cria ou apresenta. E a decepção não vende. As afirmações de Galliano são inaceitáveis por incitarem ao ódio e também por serem contrárias a um negócio que vive de imagens de perfeição. A carreira de John Galliano acabou? O que pensa da «tolerância zero» da Dior a comentários racistas?