Rádio Blogue: Violência no futebol, etc
Chegados ao fim-de-semana revemos as opiniões sobre a os censos em Portugal.
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ª, 8 de Abril- 11h35/ 17h40
Domingo, 10 de Abril - 18h35
A violência no futebol é o tema da crónica de Carla Hilário Quevedo, publicada aqui em parceria com o jornal Metro. Dê-nos a sua opinião, se preferir, através do 21.351.05.90, até às 16h da próxima 5ª.
Violência no futebol, etc.
Há coisas que nunca mudam. As claques de futebol torcem a favor do seu clube e contra o adversário. Os clubes de Lisboa não suportam os clubes do Porto e a falta de amor é retribuída na mesma medida. Os dirigentes dos grandes clubes não perdem uma oportunidade de provocar o próximo, sobretudo a poucos dias das finais de campeonatos. Faz parte do ofício de treinador de futebol provocar o seu homólogo da equipa contrária em conferências de imprensa. Os comentários de desafio fazem parte da contenda desportiva em geral e do espírito do jogo em particular. Interessa, entretanto, saber quem ganha, quem perde e, sobretudo, quem sabe jogar futebol – o jogo que mais adeptos une em todo o mundo. Ultimamente, no entanto, temos assistido a batalhas campais. Os apedrejamentos de autocarros são um hábito. As claques são compostas por elementos violentos, que acabam na esquadra ou no tribunal, em vez de acabarem no estádio a festejar a vitória ou a chorar a derrota do seu clube. Os dirigentes perdem a cabeça por tudo e por nada e não se preocupam em ter a mínima contenção nas acusações ao adversário. A conversa futebolística é insultuosa e agressiva, quando devia ter humor. Um exemplo flagrante da falta de sentido de humor no futebol português foi a ausência de observações engraçadas na imprensa desportiva sobre as recentes declarações de Paulo Futre. As multidões a transportar em charters para Portugal por causa de um jogador chinês não causou o mais ténue sorriso aos comentadores desportivos. Concluo que vivemos num país em que o futebol não é para brincadeiras. O insulto é aceite pela sociedade portuguesa? O tom incontido do discurso futebolístico passou a ser comum noutros meios, como o político, por exemplo?