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Neste final de semana ouvimos as opiniões de todos sobre as declarações de José Saramago, na sequência do lançamento do seu romance Caim.
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 30 de Outubro- 10.35/ 19.35
Domingo, 1 de Novembro- 18.35
Nos próximos dias queremos ouvir os seus comentários à situação de pobreza dos idosos em Portugal. O texto que publicamos aqui, em parceria com o jornal Metro, é da autoria de Carla Hilário Quevedo. Pode dar-nos a sua opinião também para o 21.351.05.90 até às 16h da próxima 5ªf.
A pobreza dos velhos
Segundo um inquérito realizado pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), há pelo menos 40 mil idosos em Portugal sem dinheiro para comer. Para 64% dos 3400 idosos inquiridos, com idade entre os 65 e os 79 anos, os problemas dentários, o preço dos alimentos, a falta de apetite e os medicamentos são apontados como os principais motivos para comer mal. Mais de um quinto dos inquiridos revelou ter problemas financeiros, razão pela qual muitas vezes optavam por uma alimentação menos saudável. A carne é por isso sempre preferida ao peixe, que é mais caro. Ainda de acordo com este estudo, cerca de 3% dos inquiridos declarou ter passado fome na semana anterior a responder às perguntas. Perante esta notícia pergunto se este não será um mero indicador de um cenário ainda mais negro que o apresentado no estudo. Portugal tem uma população envelhecida, excluída e pobre. À exclusão social e à pobreza juntam-se o isolamento em que tantas vezes estas pessoas vivem e que as deixa fora dos circuitos de inter-ajuda, que existem em pequenas localidades e até nalguns bairros das grandes cidades. A ajuda chegar até às pessoas é a única solução para estes casos. É preciso que o Estado assuma a sua responsabilidade nesta matéria e que os governantes percebam como se podem apoiar estes idosos. O voluntariado ajuda muito, sobretudo nestes casos extremos, mas um plano eficaz e lúcido de combate à pobreza deveria, na minha opinião, ser a prioridade do governo. O acesso gratuito dos idosos com baixos rendimentos aos medicamentos genéricos foi uma medida positiva da anterior legislatura. Uma boa iniciativa de solidariedade parece ser a entrega de produtos ao domicílio na freguesia de São Domingos de Benfica aos doentes com gripe A que vivem sozinhos. Restaurantes, talhos e farmácias encarregam-se de levar os produtos a casa dos doentes com a gripe contagiosa. As entregas não vão fazer aumentar o preço das refeições. O Estado deve intervir mais nos cuidados e na protecção dos idosos?