Biblioteca Virtual
Na última edição do ano voltamos aos contos de Anton Tchékhov, que a Relógio d'Água tem vindo a publicar em vários volumes. Sobre o dramaturgo russo (1860-1904), que nos deixou Platonov, As Três Irmãs, O Cerejal e A Gaivota, entre outras peças, escreveu Máximo Gorki, seu contemporâneo: "Tudo é estranho, solitário, imóvel e impotente. (...) A mente do autor, como um sol de outono, mostra em grande contraste as estradas monótonas, as ruas tortas, as pequenas casas esquálidas onde gente pobre sufoca de tédio e preguiça enquanto enche a casa de frenesi incompreensível. Passa-nos diante dos olhos uma longa lista de homens e mulheres, escravos do seu amor, da sua estupidez ou futilidade, da avidez com que buscam as coisas boas da vida. Por ali caminham os escravos do medo negro da vida, deambulando ansiosamente, preenchendo a vida com palavras incoerentes sobre o futuro, sentindo que no presente não há espaço para si próprios. Perante esta gente aborrecida esteve um grande homem, sensato e observador: com um sorriso triste e um tom suave de repreensão, a angústia no rosto e no coração, disse-lhes: 'Vivem mal, meus amigos. É vergonhoso viver assim.'"
Com Elza Gonçalves
4ªf, 26 Dezembro- 10.35/ 15.15/ 20.15
Sábado, 29 Dezembro- 12.35/ 16.35