Este fim-de-semana ouvimos as opiniões de todos sobre a pobreza dos idosos em Portugal, a propósito de um inquérito realizado recentemente pela DECO.
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 6 de Novembro- 10.35/ 19.35
Domingo, 8 de Novembro- 18.35
Nos próximos dias debatemos o caso do padre de Covas de Barroso, detido por posse ilegal de armas. O texto, assinado por Carla Hilário Quevedo e publicado aqui em parceria com o jornal Metro, pode ser comentado também através do 21.351.05.90 até às 16h da próxima 5ªf.
O padre de Boticas
Fernando Guerra tem 74 anos e é o padre que está à frente da paróquia de Covas do Barroso, no concelho de Boticas. Quando foi detido por suspeita de posse ilegal de armas, as televisões dirigiram-se ao local e, como acontece sempre que há um escândalo num bairro ou numa aldeia, os jornalistas quiseram falar com as pessoas dali. Ao contrário do que é costume, só um dos populares questionados sobre o carácter do padre avançou com o habitual «era uma pessoa muito simpática». O padre Fernando Guerra não foi descrito como pacífico e discreto. Os populares nem se mostraram surpreendidos com a detenção, até esperada há tempo por alguns. Há dois anos, o padre foi acusado de ter ferido o sacristão de Covas e deixara de rezar a missa e fazer funerais em Couto de Dornelas. Xavier Barreto, presidente da junta de freguesia de Couto Dornelas, fez a seguinte declaração à porta do tribunal: «Esta detenção só veio provar que as 300 assinaturas de um universo de 310 para afastarmos o padre da nossa aldeia afinal tinha fundamento». Às histórias de agressividade junta-se um demorado processo judicial de disputa de uma propriedade entre o pároco e a junta de freguesia. O momento exótico da reportagem televisiva aconteceu quando uma senhora explicou que se o padre tinha comprado as armas com o dinheiro dele, ninguém tinha nada a ver com isso. Pois a história contada pelo próprio é bem diferente. Perante a acusação de tráfico de armas, Fernando Guerra responde que desde sempre gostou de caçar e que as armas também servem para defesa. Poucos dias após o sucedido, e depois de o tribunal aplicar a medida de coação de termo de identidade e residência, permitindo que aguarde ser julgado em liberdade, o padre retomou o seu dia-a-dia. Rezou a missa de manhã e a igreja estava cheia de gente. Em Covas do Barroso, a vida voltou ao que era. Até que ponto os casos de crime e corrupção afectam as pessoas? A vida continua a mesma depois de um caso destes?