Rádio Blog: Direitos dos animais
A partir desta semana o Rádio Blog começa mais cedo: à 6ªf, pela manhã, ouvimos os comentários ao tema da semana; à tarde temos novo desafio, como sempre saído da pena de Carla Hilário Quevedo, em parceria com o jornal Meia Hora. As opiniões que nos chegarem por escrito ou através do 21.351.05.90 até 5ªf, às 17h, são incluídas no programa da semana.
Direitos dos animais
Há um cão incauto no Porto. Falo de Monty, o labrador de Paulo Rangel. O líder da bancada parlamentar social-democrata declarou numa entrevista no passado sábado ao jornal Sol que "trocaria a vida do (seu) cão pela vida de qualquer pessoa em qualquer lado do mundo, mesmo não a conhecendo". Ficámos a saber que Paulo Rangel não duvida perante uma daquelas situações de sonho em que, de uma casa em chamas, só podemos salvar ou Ossama Bin Laden ou o cão Monty. Nem o "ar aristocrata" que Paulo Rangel reconhece no seu labrador lhe confere um estatuto especial no caso de incêncio, porque segundo a sua "concepção jurídica" os animais não são titulares de direitos. A Associação Animal (que tem depressa de mudar de nome), em resposta às declarações de Paulo Rangel, emite um comunicado inútil baseada na mera indignação. Perante frases como: "(...) faço uma separação ontológica entre as pessoas e os animais", a Associação estica o dedo e repreende, tal como qualquer leitor que sabe que os animais não são só para levar à rua e fazer festinhas. Ora, comunicar em público de dedo esticado não serve para defender nada. De uma casa em chamas, salvaria Paulo Rangel ou Monty, mesmo não conhecendo o labrador? Os animais têm direitos? Se não, porquê? Se sim, porquê?