Rádio Blogue: ciberguerra
(Imagem daqui)
Em final de semana debatemos o desperdício alimentar e o envolvimento directo de restaurantes e outros estabelecimentos em redes de solidariedade social, a partir da crónica de Carla Hilário Quevedo, publicada aqui em parceria com o jornal Metro.
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 10 de Dezembro- 9.35/ 19.35
Domingo, 12 de Dezembro- 18.35
O WikiLeaks continua a suscitar reacções diversas. Entre os que apoiam as actividades do site estão centenas de hackers, que se juntaram para a "Operação Vingança". Os ataques cibernéticos são uma forma de terrorismo? Dê-nos a sua opinião até às 16h da próxima 5ªf. Se preferir, pode deixar a sua mensagem através do 21.351.05.90.
Ciberguerra
O maior desafio da humanidade não é reduzir a pegada ecológica, curar os super-vírus nem acabar com a miséria. O maior desafio da humanidade consiste em controlar a violência. Apesar de não crer que os seres humanos são assassinos em potência, preparados, sem disso saberem, para proteger a família com unhas e dentes e defender o país à bala, prefiro não ser testada. Defendo que os monstros adormecidos devem continuar a dormir. Mas se acontecer um dia despertarem, a violência dita inata deverá ser sublimada em criações maravilhosas. Se a melhor arte nasce dos espíritos mais violentos? Nem sempre, mas a tese é optimista desde que haja talento. Mesmo os que acreditam que somos todos maus sabem que nem todos seremos capazes de transformar o pior no melhor. Alguns são só hackers. Vem isto a propósito da ciberguerra travada pelos apoiantes da WikiLeaks. Telegramas confidenciais sobre as manobras da diplomacia norte-americana foram revelados ao público. Quem não imaginava ficou a saber que Hillary Clinton quis saber mais sobre Sarkozy ou Berlusconi. Quem defende que não há que investigar a fundo os que têm responsabilidades sérias sobre as vidas dos outros critica a desconfiança da Secretária de Estado norte-americana. Ao que uns chamam prepotência, prefiro chamar profissionalismo. Seja como for, até ao momento a WikiLeaks ainda não divulgou nada de muito inesperado. E quando tal acontecer, é a informação que mais interessará ao público. Mais que o facto de ser revelada. Voltando à ciberguerra entretanto a decorrer no mundo virtual, segundo declarações do seu advogado, Julian Assange não ordenou nenhum dos ataques aos que boicotaram ou ameaçaram as actividades da WikiLeaks, pelo que a «Operação Vingança» constitui uma iniciativa de solidariedade cibernética espontânea. Entre as vítimas dos cerca de 1500 hackers activistas encontramos os sites da PayPal, da MasterCard, do Ministério Público sueco, e ainda o site do advogado das duas mulheres que acusam Assange, bem como as páginas do senador norte-americano Joe Lieberman ou Sarah Palin, ambos críticos das actividades da WikiLeaks. A violência do futuro é incruenta? Os ataques cibernéticos são uma forma de terrorismo?