O clássico do cinema Metropolis, realizado por Fritz Lang em 1927, marca o início de 2011 na Cinemateca Portuguesa, que exibe a versão restaurada, este ano, a partir de uma cópia descoberta na cinemateca da Argentina. Com mais 25 minutos de duração, Metropolis tem acompanhamento ao piano de Mário Laginha, na primeira apresentação portuguesa desta cópia restaurada. 2ªf, 3 de Janeiro, de 2011, às 23h59, naCinemateca Portuguesa.
É um dos filmes menos conhecidos de John Cassavetes e na época da sua estreia a crítica, e o público, foi-lhe hostil ou simplesmente indiferente. Too Late Blues/ Prisioneiros da Noite (1961) surgiu de um contrato do realizador John Cassavetes com a Paramount, na sequência do êxito de Shadows, o seu filme de 1959. Mas o embate do realizador com o cinema made in Hollywood viria a ser infeliz nesta sua segunda longa-metragem, embora uma lição para o seu cinema futuro, que se tornou ferozmente independente. Obrigado a rodar na Califórnia, e não em Nova Iorque, como pretendia, e em 30 dias, em vez dos seis meses de que precisava, Cassavetes acabou por avaliar negativamente o seu próprio filme. Ao longo dos anos, no entanto, Too Late Blues tem vindo a ser reavaliado pela qualidade da representação dos actores, um dos aspectos mais valorizados por Cassavetes no seu cinema. A história de um músico de jazz sem grande sucesso que se apaixona por uma cantora, e se debate entre ceder ou não à oportunidade do êxito comercial, é protagonizada pelo cantor Bobby Darin (Ghost Wakefield), Stella Stevens (Jess Polanski), EverettChambers e um jovem Seymour Cassel, que viríamos a encontrar, dez anos mais tarde, no filme Minnie and Moskowitz de Cassavetes. A banda sonora é assinada por David Raksin e tem interpretações de Benny Carter, Shelly Manne, Red Mitchell e Jimmy Rowles, entre outros.
Too Late Blues/ Prisioneiros da Noite é um dos filmes do ciclo Cinema e Jazz que decorre na Cinemateca Portuguesa até ao final da semana e tem exibição esta 3ªf, 29, às 22h.
The Cotton Club (1984), de Francis Ford Coppola, é o filme que se segue, no ciclo Cinema eJazz, que a Cinemateca dá a ver ao longo de Dezembro, em colaboração com Joaquim Paulo, autor do livro Jazz Covers.
Um musical dramático ou um drama musicado, The Cotton Club mergulha na história do célebre clube do Harlem, Nova Iorque, para melhor retratar certas características da sociedade norte-americana de finais dos anos 20 e inícios de 30, a braços com diferenças raciais e com a emergência e afirmação do submundo dos gansters. Numa entrevista à BBC, há alguns anos, Coppola dizia que o tema das diferenças raciais- já que o clube Cotton Club tinha os melhores performers negros em palco mas era frequentado apenas pela alta classe branca, não permitindo a entrada a negros- era o tema que mais lhe interessava. Às críticas que o seu retrato daquele meio em particular foi mais brando do que a realidade, Coppola respondeu então que o tema da servidão, e do desejo de usar o talento para sair da servidão e aceder ao mundo "branco", era o mais importante e está presente no filme. Com Richard Gere, no papel do músico Dixie Dwyer, uma personagem criada a partir da figura do cornetista e pianista Bix Beiderbecke, Diane Lane, Nicolas Cage, Gregory Hines e Laurence Fishburne, entre muitos outros, The Cotton Club recria também as figuras de Duke Ellington e Cab Calloway, que pela primeira vez gravou o clássico Minnie the Moocher (no vídeo), em 1931.
The Cotton Club é exibido esta 2ªf, às 21.30, na Cinemateca.
O ciclo que a Cinemateca Portuguesa tem dedicado ao jazz prossegue, até ao final do mês, com uma selecção de filmes de Joaquim Paulo, autor do livro Jazz Covers.
Este fim-de-semana vemos ou revemos Anatomia de Um Crime (1959), um dos mais célebres filmes de Otto Preminger, a par de Laura, com banda sonora composta por Duke Ellington e Billy Strayhorn, e a participação de músicos como Johnny Hodges, Paul Gonsalves e Ray Nance, numa obra que alguns críticos consideram um marco na história da música composta para cinema, por um lado, e uma obra ao nível de peças como Such Sweet Thunder e The Far East Suite, compostas pela dupla Ellington/ Strayhorn. O filme, protagonizado por James Stewart e Lee Remick, é um clássico maior do cinema com várias nomeações para os oscars e vencedor de dois Grammy pela banda sonora.
6ªf, 18 de Dezembro, às 21.30, na Cinemateca Portuguesa.
O Sr. Ibrahim e as Flores do Corão (foto Rita Carmo)
A relação entre Momo, um rapaz judeu, e o Sr. Ibrahim, muçulmano que gere uma loja na Rue Blue, em Paris, é o centro a partir do qual o dramaturgo e romancista francês Eric-Emmanuel Schmitt constrói a peça O Sr. Ibrahim e as Flores do Corão. João MariaAndré, especialista em Filosofia do Renascimento, ex-director do TAGV de Coimbra e encenador, chama-lhe "o teatro dos pequenos gestos". A peça está em cena no auditório do Instituto Franco-Português a 28 e 29 de Março, às 21.30. Ainda dentro da dramaturgia de Eric-Emmanuel Schmitt podemos ver em Lisboa a peça Oscar e a Senhora Cor-de-Rosa, com encenação de Marcia Haufrecht e interpretação de Lídia Franco. Até 30 de Março, no Nacional D. Maria II, às 21.45. No grande ecrã, e coincidindo com os 80 anos de Jacques Rivette, a Cinemateca Portuguesa deu início a uma retrospectiva da obra daquele que é um dos realizadores mais intrigantes da geração Nouvelle Vague. A 4 de Abril é exibido o seu Out One: Spectre (1972). Finalmente, esta semana, vamos ainda ao encontro de Jean-FrançoisChougnet, o director do Museu Berardo.
Com Antonieta Lopes da Costa, Margarida Antunes e Jean-Paul Lefèvre (produção de Carla Fernandes) Sábado, 22 Março- 14.30
