"The Biggest Loser" e "Big Brother Famosos"
No primeiro Rádio Blogue da rentrée, a cronista Carla Hilário Quevedo trouxe ao debate as questões de segurança e paranóia. Este fim-de-semana ouvimos os comentários ao tema com...
Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 10 de Setembro- 10.35/ 19.35
Domingo, 12 de Setembro- 18.35
Ao longo dos próximos dias queremos saber o que pensa dos reality-shows. O texto abaixo, com a assinatura de Carla Hilário Quevedo, é publicado aqui em parceria com o jornal Metro. Deixe a sua opinião, se preferir, através do 21.351.05.90. Até às 16h da próxima 5ªf.
Reality-shows
A televisão a que chamamos da vida real começou há dez anos no nosso país. A primeira edição do Big Brother fez história, não apenas por causa do que se passou na casa da Venda do Pinheiro, mas porque o formato dava a impressão de estarmos a ser espectadores privilegiados de uma realidade que nos tinha sido vedada até então. Depressa ficou claro que a vida real televisiva era construída a partir dos momentos menos entediantes do quotidiano dos participantes. Estes instantes que se podiam contar eram, por sua vez, provocados com jogos e festas. O sucesso do Big Brother viveu da ilusão muito bem explorada de estarmos a assistir em primeira mão, e individualmente, a acontecimentos escabrosos ou banais passados numa casa, onde vivia um grupo de pessoas anónimas. A ânsia de entender os comportamentos daquelas pessoas naquela circunstância obrigou à mobilização de especialistas. Comentadores em geral não resistiram à tentação de tirar conclusões universais sobre a natureza humana a partir do pontapé do Marco. Portugal parava há dez anos para assistir ao Big Brother. A partir daí, a televisão da vida real optou por se especializar. Cozinheiros, estilistas, modelos, gente a ganhar dinheiro por dizer verdades irrelevantes e, mais recentemente, obesos são alguns desses casos. Em «The Biggest Loser», ganha quem perder mais quilos. Num dos últimos episódios, Jillian, a treinadora, teve a ideia de chamar a sua mãe, psicoterapeuta de profissão, para ouvir as aflições de alguns dos participantes. Assistimos às sessões de terapia e à exposição do que levaria os concorrentes a comer abusivamente. Foi pesado, passo a expressão. É certo, no entanto, que a violência não é invulgar para o espectador habituado a ver os filmes de terror em que se tornaram os reality-shows. Menos habitual, no entanto, é haver cenas de violência física em concursos de caça a talentos, como é o caso do X Factor. Lisa Parker e Abbey Johnson foram juntas à audição em Birmingham. Depois de terem insultado o público e o júri, mostraram ser umas nódoas na cantoria. A audição acabou com Abbey a dar um soco na amiga. O que mais podemos esperar da televisão e dos reality-shows?