Imagem do videojogo "Facebreaker"
Neste final de semana ouvimos as opiniões e testemunhos que nos chegaram nos últimos dias sobre a violência doméstica.
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 11 de Dezembro- 10.35/ 19.35
Domingo, 13 de Dezembro- 18.35
Ao longo da próxima semana queremos saber o que pensa sobre os insultos no Parlamento. O texto abaixo, de Carla Hilário Quevedo, é publicado em parceria com o jornal Metro. Se preferir, pode deixar os seus comentários através do 21.351.05.90 até às 16h da próxima 5ªf.
Os ânimos andam exaltados para os lados de São Bento. Temos assistido a cenas de crispação e cólera entre os nobres representantes da Nação. Dir-se-ia que não estamos nada em crise, que está tudo bem, obrigada, e que é preciso um certo frisson para não morrermos de tédio neste jardim de abundância à beira-mar plantado. Uma pena a difícil realidade portuguesa que insiste em contrariar este cenário tão típico de países em que não há problemas para resolver. Como se a irritação fosse um luxo a que não nos podemos dar. Muitas pessoas concordam com a descrição que acabo de fazer: não nos podemos dar ao luxo de perder tempo em quezílias sem resultados práticos para o país e que só mostram o lado pior daqueles que representam os interesses dos cidadãos. Quando o Primeiro-ministro José Sócrates, com o seu característico tom iracundo, recomendou «juizinho» de dedo em riste ao deputado Paulo Portas, não senti que os meus interesses estivessem a ser devidamente representados. Mas quando a deputada Maria José Nogueira Pinto chamou «palhaço» ao deputado Ricardo Gonçalves, do PS, numa comissão parlamentar que durava há três horas e meia, compreendi que talvez o Parlamento seja o sítio indicado para estes episódios. As cenas antipáticas no Parlamento são por vezes dignas de um «reality-show» em que todos se dão mal com todos e em que, divididos em grupos e subgrupos, tentam fazer a vida negra uns aos outros. É neste contexto que aparecem acesas trocas de insultos em plena Assembleia. No caso da nova legislatura, é preciso lembrar que tivemos quatro anos de maioria absoluta com os mesmos protagonistas. O contexto mudou mas as pessoas são as mesmas. O próprio deputado Ricardo Gonçalves, numa breve entrevista à TVI24, e a fazer jus ao nome que lhe fora atribuído pela deputada do PSD, queixava-se de que o governo agora era minoritário. Como se a minoria fosse uma justificação para o comportamento dos deputados. Preferimos ter uma ideia falsa de quem nos representa ou assistir a cenas tristes mas verdadeiras? Devemos exigir mais pudor aos deputados?