John Zorn, 2006 (Wikipédia)          Cyro Baptista, 2003 (foto Eleanora Alberto)

O final da semana é sempre gordo no que respeita aos concertos e este não é excepção: amanhã, o saxofonista John Zorn apresenta-se pela primeira vez na Casa da Música com o percussionista Cyro Baptista e a dupla basca Ttukunak. Sobre John Zorn já muito se escreveu, a propósito dos seus mais de 60 discos editados, em projectos que vão do jazz mais experimental à música contemporânea, sem esquecer as composições para filmes e documentários e o trabalho de produção e edição, numa atitude e prática musical que recusa definições. O brasileiro Cyro Baptista, colaborador de Zorn no projecto Masada, é, por seu lado, um dos grandes percussionistas dos nossos dias, que temos ouvido em discos de David Byrne, Brian Eno, Laurie Anderson, Herbie Hancock, Medeski, Martin & Wood e Marisa Monte, entre muitos outros, e que se tem dado a conhecer também através da sua própria criação: Beat the Donkey. As bascasTtukunak são as irmãs gémeas Sara e Maika Gómez, exímias na Txalaparta, instrumento de percussão que ganhou um segundo fôlego em décadas mais recentes, depois de ser dado como praticamente extinto em 1950. Amanhã tocam na Sala Suggia, da Casa da Música, às 22h e na 6ªf, 27, no Grande Auditório do CAE de Portalegre, na 7ª edição do Portalegre JazzFest, a partir das 21.30.

Em Lisboa, o jazz ouve-se já esta noite no Foyer do Teatro Nacional D. Maria II, com o pianista norte-americano Benny Lackner em duo com o contrabaixista Mário Franco, numa iniciativa do grupo amo.te e da Seiva Bruta. 4ªf., 25 de Fevereiro, às 21h, e com entrada livre. Amanhã, 5ªf, 26, no mesmo espaço, toca o trio do painista Luís Barrigas, com Mário Franco (contrabaixo) e Alexandre Alves (bateria), às 21h. 

O ciclo Dose Dupla propõe, amanhã, mais uma noite em duo, desta vez com o guitarrista André Fernandes e o pianista Benny Lackner, dois músicos jovens que se conheceram há alguns anos num colectivo composto ainda por Mário Franco, João Lencastre e David Binney. Juntos em duo pela primeira vez, os músicos vão apresentar repertório novo preparado para este concerto. 5ªf, 26 de Fevereiro, às 22h, no CCB, com entrada livre.

O Hot Clube recebe o projecto Axis of Good, um 4teto alemão liderado pelo trombonista

Lars Arens, que integra a Tora Tora Big Band, o 4teto L.A. Jumping Pulgas e tem tocado ainda ao lado de Maria João e Mário Laginha, Chris Cheek e Julian Argüelles. Ao lado de Lars Arens, no colectivo Axis of Good, tocam Philipp Gropper (sax tenor), Andreas Lang (contrabaixo) e Christian Lillinger, todos músicos integrantes da actual cena jazz de Berlim. 5ªf, 26, e 6ªf, 27, na Praça da Alegria, às 23h.

E o Teatro São Luiz volta a acolher o espectáculo Songs of Freedom de Jacinta, que seleccionou canções emblemáticas das décadas de 60, 70 e 80, como Georgia on My Mind, My Baby Just Cares for Me, Where the Streets Have No Name, How Deep is Your Love e Surfin' U.S.A., entre outras. Jacinta sobe ao palco do Jardim de Inverno do São Luiz em trio com Paulo Gravato (sax barítono e tenor) e Pedro Costa (piano), entre amanhã, 5ªf, 26, e sábado, 28 de Fevereiro, às 22h.

      Carlos Barretto                                                 Rui Azul

Com o aproximar do fim-de-semana regressam os concertos em várias salas da cidade: a cave da Praça da Alegria recebe, a partir de hoje, o trio de Carlos Barretto, com Mário Delgado (guitarras) e José Salgueiro (bateria), que apresenta temas antigos em novas leituras e composições mais recentes. Radio Song, o disco que o trio gravou em 2002 com Louis Sclavis, será revisitado, e a experiência desse álbum poderá vir a repetir-se, numa gravação com o clarinetista francês ainda durante este ano. De 5ªf, 8, a sábado, 10 de Janeiro, no Hot Clube, às 23h.

A partir desta noite também, e até Abril, o CCB volta a acolher o jazz ao vivo e com entrada livre nas noites de 5ª feira: Dose Dupla propõe o encontro entre um músico português e um convidado estrangeiro num ciclo que tem início mais logo com o saxofonista Rui Azul, que tem feito carreira pela Holanda e pelo Porto. Entre o jazz e o blues, o saxofonista lançou já 2 discos (Pressões Digitais, 91, e À Bolina, 2005), e toca hoje com um velho amigo, o pianista e cantor alemão Wolfram Minnemann, que conheceu em casa de Rui Veloso na década de 70. Radicado em Portugal há largos anos, Minnemann é um apaixonado pelo blues, que  não deixará de se ouvir esta 5ªf, às 22h, no CCB.

A Associação Bacalhoeiro, na baixa lisboeta, tem hoje cinema com banda-sonora tocada ao vivo: The General a grande obra-prima de Buster Keaton, realizada com Clyde Bruckman, era um dos filmes favoritos do próprio Keaton e ficou para a história do cinema como uma das melhores comédias da época do mudo. Em 1927, quando estreou nos cinemas norte-americanos, os cartazes publicitavam o filme como uma história de "Love, Locomotives and Laughs" (Amor, Comboios e Gargalhadas) e esta noite poderemos rever a odisseia do maquinista que perde os seus únicos dois amores: a rapariga e o comboio. A banda-sonora, tocada ao vivo, é de Johannes Krieger (trompete) e Miguel Leiria Pereira (contrabaixo). 5ªf, 8 de Janeiro, às 22.30, na Rua dos Bacalhoeiros, 125.

E o Onda Jazz é palco para um tributo a Stevie Wonder, com um colectivo que reúne as vozes de Patricia Antunes, Patricia Silveira, Ricardo Quintas e Paulo Ramos, as teclas de Nelson Canoa, a guitarra de Marco Reis, o contrabaixo de Dikk e a bateria de Vicky e Ivo Costa. 5ªf, 8, às 23h, em Alfama.