RádioBlog: Eutanásia
Eluana Englaro
Amanhã voltamos ao encontro com Carla Hilário Quevedo para ouvir os comentários sobre a utilidade e as mais-valias de redes sociais como o Facebook, Twitter e etc.
Com Carla Hilário Quevedo e Betânia Valente
6ªf., 6 de Fevereiro- 10.35
Como habitualmente temos já um novo tema para debate, nos próximos dias: a Eutanásia, a propósito da italiana Eluana Englaro, que se encontra há dezassette anos em estado vegetativo e no centro de uma polémica sobre a morte assistida. O texto de Carla Hilário Quevedo é publicado aqui em parceria com o jornal Meia Hora. A sua opinião é bem-vinda através do 21.351.05.90 ou mais abaixo, até às 16h de 5ªf.
Eutanásia
Eluana Englaro, há dezassete anos em estado vegetativo, foi autorizada pelo Supremo Tribunal italiano a ser transferida para uma clínica privada em Udine, onde será interrompido o sistema de alimentação artificial que a mantém viva. Assim termina a longa batalha judicial do pai, Giuseppe Englaro, que durante quase dez anos defendeu que a vida da filha terminara em 1992, quando, na sequência de um acidente de automóvel, entrou em coma sem possibilidade de recuperação. O Vaticano manifesta-se contra esta decisão jurídica, reclamando que apenas Deus tem o poder de dar e tirar a vida. O mesmo Deus que também deu ao ser humano esta capacidade extraordinária de querer sobreviver a todo o custo e que o levou a fazer descobertas científicas que permitem que pessoas como Eluana Englaro não pereçam quando a sua hora parecia ter chegado. A questão da eutanásia é muito mais complexa e requer uma sensibilidade maior. Sobretudo uma maior compaixão. Em casos irreversíveis como este, e de sofrimento prolongado, é justo afirmar que se trata de um "assassínio abominável", como fez o Cardeal Javier Lozano Barragan ao jornal "La Repubblica"? O que é moralmente mais condenável: assassinar uma pessoa ou permitir uma morte digna a um paciente num estado vegetativo irresolúvel?