Rádio Blogue: geração à rasca
No Rádio Blogue deste final de semana revemos opiniões diversas sobre as recentes afirmações de John Galliano.
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 11 de Março- 11.35/ 17.40
Domingo, 13 de Março- 18.35
Nos próximos dias queremos saber o que pensa da tão falada "geração à rasca". As queixas da geração à rasca são justas? Como se soluciona esta insatisfação generalizada? O que pensa deste protesto? Deixe a sua opinião, se preferir, através do 21.351.05.90, até às 15h da próxima 5ªf. A crónica de Carla Hilário Quevedo é publicada aqui em parceria com o jornal Metro.
Geração à rasca
É possível que o protesto geração à rasca tenha surgido no Facebook, de modo espontâneo, pois parece ser o seguimento do «debate» suscitado pelo tema dos Deolinda. O protesto surge porque os jovens em Portugal assumem ter qualificações a mais para os trabalhos precários e mal pagos que os esperam, quando esperam. Podemos ler no manifesto da geração à rasca: «Somos a geração com o maior nível de formação na história do país». Não estando certa da veracidade da afirmação, a questão do estudo motiva a indignação. Criou-se, no meu entender, uma enorme expectativa de que a licenciatura, o mestrado, etc. resolviam o problema do trabalho seguro e bem remunerado. Como se tivesse sido feita uma promessa que não podia ser cumprida. A expectativa foi alimentada numa geração que investiu na educação dos filhos. Esta geração estava certa. Não tenhamos dúvidas de que o conhecimento é a solução dos problemas do país. O problema é perceber como o aplicamos numa sociedade que ainda não viu que Portugal tem de mudar a sua maneira de pensar e funcionar se quiser sobreviver. O mercado de trabalho não está preparado para receber, por exemplo, alunos de História ou Filosofia. Mas estas pessoas têm um conhecimento que pode ser útil às empresas. O aluno universitário deve, então, perceber o que pretende fazer com o seu curso. A dificuldade de encontrar um trabalho na respectiva área de estudo não deve impedir ninguém de ter a possibilidade de criar o seu próprio emprego no que estudou. Também não deve impedir ninguém de aplicar os seus conhecimentos num trabalho que nada tem que ver com o seu curso. As queixas da geração à rasca são justas? Como se soluciona esta insatisfação generalizada? O que pensa deste protesto?