Ao vivo
Gonçalo Prazeres, João Hasselberg, Rui Pereira
A agenda jazz da semana começa já esta noite no Bairro Alto. O saxofonista Gonçalo Prazeres, que lançou este ano o seu disco de estreia, Depois De Alguma Coisa, em edição de autor, toca num trio com João Hasselberg, contrabaixista que fez a sua formação na Escola do Hot Clube, com Nelson Cascais, e no Conservatório de Amesterdão. Actualmente integra os 5tetos de Joana Espadinha e João Firmino, o 4teto de Desidério Lázaro e o trio de Spyros Manesis. O baterista que completa o trio, Rui Pereira, também estudou jazz em Amesterdão. Concerto esta 3ªf, 14, no bar Páginas Tantas, às 21.45 e às 23.30. R. Diário de Notícias, 85, Lisboa.
Pedro Madaleno, Miguel Amado, Alexandre Frazão
Em trio de guitarra, baixo eléctrico e bateria, o Páginas Tantas recebe amanhã três dos músicos mais experientes do jazz português: Pedro Madaleno desdobra-se em formações como o Earth Talk, o U.N.derpressure, o Standards Trio e a ShortMoviesBand- é de Madaleno, aliás, em parceria com o Páginas Tantas, a iniciativa de devolver o jazz ao vivo ao Bairro Alto. O baixista Miguel Amado lançou recentemente o seu novo disco, This Is Home, e integra o trio de Madaleno, os Spill, de André Fernandes, o Ficções, de Dudas, e o 5teto de Rodrigo Gonçalves, entre outras formações. Alexandre Frazão, por outro lado, tem a sua marca em inúmeros discos de jazz feitos em Portugal. Trio ao vivo no Páginas Tantas, Bairro Alto, 4ªf, 15, às 21.45 e às 23.30.
David Murray
O saxofonista David Murray, um dos melhores tenores da sua geração, está ao vivo esta noite num concerto único no Porto com o seu projecto de homenagem a Nat King Cole. A ideia do tributo partiu de Valérie Malot, casada com Murray e produtora de muitos dos seus discos, que tem ascendência cubana. Murray recupera assim o repertório latino-americano gravado por Cole em dois discos, de 58 e 62, dando-lhe novos arranjos, escritos para o Cuban Ensemble do saxofonista, como disse, em exclusivo, à Europa Lisboa. O novo disco, David Murray Cuban Ensemble Plays Nat King Cole En Español, lançado em Novembro passado, foi gravado, em parte, em Sines, onde Murray, radicado em Paris, passa alguns meses do ano. A Sinfonieta de Sines, formada por 11 instrumentistas, é convidada do disco, tal como o cantor argentino David Melingo. Nat King Cole, como diz aqui, foi uma figura representativa de um certo activismo em defesa dos direitos da comunidade afro-americana e é, para Murray, uma referência. Com mais de uma centena de discos em seu nome, David Murray tem participado regularmente no Festival de Músicas do Mundo de Sines, nomeadamente com o World Saxophone Quartet, que fundou em 76 com Oliver Lake, Julius Hemphill e Hamiet Bluiett, e que levou aos palcos um jazz inovador. A propósito de Political Blues (2006), o último álbum do WSQ até à data, David Murray diz-nos aqui que escolher o jazz como música implica aceitar uma tradição de lutas por direitos e melhorias sociais, e de reflexão sobre o mundo- dando como exemplo Duke Ellington e a sua composição Isfahan (Far East Suite)- que parece estar arredada dos interesses de alguns músicos mais jovens.
David Murray está ao vivo com a cubana Omara Portuondo, que cantou ao lado de Nat King Cole, e o seu Cuban Ensemble, esta 3ªf, 14, na Casa da Música no Porto, às 22h.
Abaixo uma gravação do Cuban Ensemble de Murray com a Royal Flemish Orchestra, ao vivo no Festival de Jazz de Middelheim, em 2009.
Por fim, em Lisboa, o Bar Bicaense é cenário para o concerto do projecto Lua à Janela, da cantora Maria Morbey, com Carlos Barretto (contrabaixo), Zé Soares (guitarra), Guto Lucena (saxofones) e Bruno Pedroso (bateria), com a colaboração do VJ Guillaume Alatak. R. da Bica de Duarte Belo, 42, Lisboa. 4ªf, 15 de Dezembro, a partir das 22h.
Abaixo uma gravação do projecto Lua à Janela, de Maria Morbey.