Rádio Blogue: Boleia solidária
O filho de Cristiano Ronaldo, o fim do jornal 24 Horas e a revista Playboy foram os temas propostos na semana passada por Carla Hilário Quevedo. Amanhã, com repetição no domingo, revemos os comentários.
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 16 de Julho- 10.35/ 19.35
Domingo, 18 de Julho- 18.35
Nos próximos dias queremos saber o que pensa da partilha de carros. A proposta é de Carla Hilário Quevedo, cujo texto publicamos aqui em parceria com o jornal Metro. Se preferir, pode dar-nos a sua opinião através do 21.351.05.90, até às 16h da próxima 5ªf.
Boleia solidária
As campanhas de sensibilização dos portugueses à utilização dos transportes públicos em detrimento do automóvel poluente nunca são muito fáceis de fazer. Pedir às pessoas que alterem o seu estilo de vida por causa do ambiente pode até ser ouvido e percebido mas demora sempre tomar as decisões que levam à mudança. Os momentos de crise económica podem ser aproveitados para reavaliar os nossos hábitos. Deixar o carro em casa e passar a usar os transportes públicos parece ser uma mudança boa, mas só para os que não morarem numa zona da cidade com maus acessos entre a casa e o local de trabalho. Por vezes, é preciso ter condições para mudar de vida, e apesar das melhorias visíveis na rede de transportes citadina, os portugueses urbanos continuam a levar o carro para todo o lado. A utilização da bicicleta na Lisboa das sete colinas só não é uma dor de cabeça para os profissionais do ciclismo. Mas de todas as ideias de incentivo à redução da poluição automóvel nas cidades, o carpooling tem sido a menos popular. Se convencer as pessoas a trocar o carro pelo autocarro é difícil, mais complicado será persuadir o condutor individualista de não haver nada melhor que partilhar o seu espaço. O carpooling consiste em usar um automóvel pessoal para transportar o maior número de passageiros. Ter o mesmo destino, morar na mesma zona e ter os mesmos horários de trabalho são condições importantes para este sistema de boleia solidária funcionar. Segundo uma notícia no Público, a fraca adesão ao carpooling na Área Metropolitana de Lisboa tem uma razão psicológica. Quem o afirma é Gonçalo Correia, um dos autores de um estudo sobre a viabilidade deste sistema de boleia solidária. O problema é «a questão psicológica de uma pessoa partilhar o seu veículo com outras pessoas, que pode não conhecer tão bem ou mesmo não conhecer». A que se deve a fraca adesão a este sistema de boleia solidária? O carpooling teria mais sucesso se fosse organizado pelas juntas de freguesia ou pelas próprias empresas?