Poucos meses depois de dar a conhecer Camera Obscura, o duo gravado com o pianista Ran Blake, Sara Serpa tem novo trabalho a apresentar- que esteve, de resto, ao vivo na 9ª Festa do Jazz do Teatro São Luiz, no início do mês. Autores como Steinbeck, Homero, Naipaul, Melville, Pratt, E.E. Cummings e Kapuscinski são o ponto de partida para uma viagem à música de Sara Serpa gravada em 5teto com André Matos, Kris Davis, Ben Street e Ted Poor. Mobile (Inner Circle Music, 2011) é o disco que descobrimos esta tarde, com Sara Serpa.
É um dos discos desta rentrée: Camera Obscura, o segundo álbum da cantora Sara Serpa, depois de Praia, revisita standards e originais do pianista norte-americano Ran Blake e da cantora, num duo de voz e piano. A cantora portuguesa, a viver em Nova Iorque há dois anos, tem colaborado com Greg Osby e Danilo Pérez, Paula Sousa e André Matos. Desta vez reencontrou-se com um músico e compositor que foi também seu professor. A história do encontro de Ran Blake e Sara Serpa e as histórias das 10 canções de Camera Obscura (Inner Circle Music), esta tarde, com a cantora.
Camera Obscura, o novo disco da cantora Sara Serpa com o pianista Ran Blake, tem edição prevista para Setembro. Até lá, a cantora apresenta-se ao vivo com o guitarrista André Matos, num duo que a cantora já nos descreveu como a concretização do desejo de voz e guitarra soarem um, e músicos cúmplices como Demian Cabaud (contrabaixo) e Marcos Cavaleiro (bateria). O repertório de Praia, disco editado pela Inner Circle Music do saxofonista Greg Osby, continua a merecer atenção. Esta 6ªf, 30, no Onda Jazz, em Alfama, às 22.30. O vídeo acima foi gravado em Fevereiro de 2009, em Nova Iorque, e nele ouvimos 80 Anos, dedicado à avó da cantora.
Os Mikado Lab do baterista Marco Franco também estão esta noite ao vivo, com Ana Araújo (teclados) e Pedro Gonçalves (baixo eléctrico), e o saxofonista Chris Speed, em saxofone e clarinete, que colaborou com o grupo no primeiro disco, Baligo (2007). Depois de Coração Pneumático (2009), os Mikado Lab acabam de gravar um terceiro álbum, que darão a conhecer esta 6ªf, 30, na ZDB, às 23h. Super Miniatura, no vídeo, é um dos temas de Coração Pneumático, ao vivo no Hot Clube.
O pianista Júlio Resende convida outros músicos para partilharem o palco da Sala Nietzsche, do Braço de Prata, esta 6ªf, 30, a partir das 22.30. O vídeo acima foi gravado na 8ª Festa do Jazz do Teatro São Luiz, em Abril passado.
A Sul, o ciclo Jazz no Palácio, em Tavira, termina este fim-de-semana. O trio Lokomotiv do contrabaixista Carlos Barretto, com Mário Delgado (guitarras) e José Salgueiro (bateria), toca esta 6ªf, 30, no Palácio da Galeria, às 22.30. O repertório de Labirintos, o novo disco, estará em destaque, mas Radio Song, o álbum anterior, não será esquecido.
O projecto El Fad, do guitarrista José Peixoto, que agora se apresenta em 5teto, com Carlos Zíngaro (violino), Miguel Leiria Pereira (contrabaixo), António Quintino (contrabaixo) e Vicky (percussão), encerra o Jazz no Palácio de Tavira, com os temas dos dois discos do grupo, Vivo e Lunar. Sábado, 31 de Julho, no Palácio da Galeria, às 22.30.
A Norte, o Jazz na Praça da Erva de Viana do Castelo também chega ao fim este fim-de-semana. O trio do guitarrista espanhol Biel Ballester, com Leandro Hipaucha (contrabaixo) e Pedro Gracian (guitarra), cultivador do jazz manouche, da musette e do swing, está ao vivo esta 6ªf, 30, na Praça da Erva, a partir das 22h, com entrada livre. O vídeo acima, com o guitarrista Gustav Lundgreen, está incompleto.
O virtuoso guitarrista norte-americano Stanley Jordan, que trabalhou com Quincy Jones e Dizzy Gillespie na década de 80, toca ao vivo com a sua técnica da two-handed tapping, com a participação especial do guitarrista português Joel Xavier, este sábado, 31, no Teatro Sá de Miranda, às 22h, a encerrar a 19ª edição do Jazz na Praça da Erva de Viana do Castelo.
Por fim, e para quem está no Algarve, a atenção vai toda para o concerto do pianista e compositor McCoy Tyner, companheiro de Coltrane no 4teto do saxofonista, em inícios da decada de 60. Hoje uma lenda, McCoy Tyner está ao vivo com o seu trio, com Gerald Cannon (contrabaixo) e Eric Gravatt (bateria), e o convidado Joe Lovano, em saxofone tenor. O concerto tem lugar na Praça Monumento Engº Duarte Pacheco, em Loulé, este sábado, 31, às 22h, a encerrar o 16º Festival Internacional de Jazz de Loulé. Acima, um dos grandes momentos do concerto do pianista, no Reino Unido, em 2002.
Danilo Pérez, pianista e compositor, nascido no Panamá, é o director pedagógico da Lisbon Jazz Summer School 2010, que decorre entre 16 e 24 de Julho, no CCB. Se facilmente poderíamos associar o seu nome ao latin jazz- e se é verdade que Pérez tem promovido as tradições musicais do seu país natal e de outros países da América Central e Latina-, a formação do músico na tradição clássica europeia e a sua abertura à improvisação e a novos desafios fazem dele, naturalmente, um dos músicos mais respeitados na cena jazz mainstream norte-americana. Wayne Shorter, Steve Lacy, Wynton Marsalis e Charlie Haden são alguns dos músicos que o têm convidado a partilhar gravações ou palcos, depois da experiência do pianista na United Nations Orchestra de Dizzy Gillespie.
Na próxima 6ªf, 16 de Julho, Danilo Perez apresenta ao vivo o seu novíssimo disco, Providencia, com edição no dia 31 de Agosto, que hoje descobrimos em estreia. Em palco, com Pérez, estarão o saxofonista Rudresh Mahanthappa- um dos novos valores do saxofone alto, nos Estados Unidos-, o contrabaixista Ben Street e o baterista Adam Cruz- colaboradores habituais de Pérez-, e o percussionista Rogério Boccato. Oportunidade para ouvirmos o músico panamenho sobre algumas das suas ideias.
O casal Sara Serpa (voz) e André Matos (guitarra) está ao vivo no novo bar Odessa, ao lado do Lux, em Santa Apolónia, Lisboa. Domingo, 11 de Julho, às 21.30. Ambos têm discos novos: Quare, novo registo de André Matos, já está disponível e Camera Obscura, em duo com o pianista Ran Blake, é o álbum que Sara Serpa lança em Setembro próximo.
Depois de uma primeira gravação, em 2005, a cantora Sara Serpa lança agora aquele que considera o seu primeiro disco "oficial": Praia resulta de um período intenso de composição, nos anos que viveu e estudou nos Estados Unidos, e revela uma cantora que se vê mais como instrumentista do que como porta-voz de um colectivo. O disco acaba de ser lançado pela Inner Circle Music, editora criada recentemente pelo saxofonista Greg Osby, convidado de Praia, ao lado de André Matos, Vardan Ovsepian, John Lockwood e Nick Falk.