Rádio Blogue: desperdício alimentar
Fotos Alex Caputo (daqui) e Murdo Macleod (daqui)
A violência doméstica foi tema de debate, esta semana, a partir da crónica de Carla Hilário Quevedo, publicada aqui em parceria com o jornal Metro. Os comentários e as reflexões sobre a questão...
Com Carla Hilário Quevedo e Antonieta Lopes da Costa
6ªf, 3 de Dezembro- 10.35/ 19.35
Domingo, 5 de Dezembro- 18.35
O desperdício alimentar levou à iniciativa Direito à Alimentação, de restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos de restauração, lançada na próxima semana. Devem estes estabelecimentos envolver-se directamente numa rede de solidariedade social? Dê-nos a sua opinião, se preferir, através do 21. 351. 05. 90, até às 16h da próxima 5ªf.
Desperdício alimentar
As campanhas do Banco Alimentar Contra a Fome são cada vez mais bem sucedidas na angariação de voluntários e alimentos. Este é um indicador da capacidade solidária dos portugueses. A causa é clara e imediatamente compreendida, e é fácil contribuir. Além do mais, a instituição é credível e funciona como um intermediário entre quem para ela contribui e quem dela usufrui. A caridade genuína é desinteressada quanto aos destinatários. Não importa saber quem se ajuda. Interessa apenas que quem precisa seja ajudado. Mas quem precisa também não tem de ser lembrado da sua situação. E é por esta razão que as instituições de solidariedade social são imprescindíveis. A falta de envolvimento pessoal no donativo não será bem entendida por quem acredita nos benefícios de uma intervenção individual e activa na vida alheia. Esta questão é, no meu entender, muito delicada porque nenhum ser humano quer ser lembrado da sua situação de dependência. Não se trata apenas de evitar um constrangimento sério mas de afastar qualquer sentimento de dívida ou gratidão da parte dos destinatários dos donativos. A ausência desta ligação pessoal no acto de caridade é por isso aconselhável. E assim, o contributo anónimo é o mais indicado para estas situações. A mesma sensibilidade terá de ser tida em conta no caso da rede de solidariedade social que prevê a distribuição aos mais carenciados de refeições que não chegam a ser servidas nas cantinas e nos restaurantes. Uma notícia do Público dá nota da iniciativa, com data de lançamento previsto para 10 de Dezembro, da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, que se intitula Direito à Alimentação. O maior entrave à concretização desta iniciativa, iniciada com uma petição de António Costa Pereira, parece ser o transporte. Mas apesar de a ASAE não ceder nas exigências legais das temperaturas a que a comida deve ser mantida, há muito que vários empresários despacham as refeições que sobram para quem delas precisa. É boa ideia envolver directamente os restaurantes numa rede de solidariedade social? Qual seria a melhor maneira de distribuir estas refeições?