O tema é importante e diz-nos respeito a todos. Queremos ouvir a sua opinião sobre a Violência Doméstica através do 21.351.05.90, ou por escrito, mais abaixo. O texto, de Carla Hilário Quevedo, é uma parceria com o jornal Meia Hora.
Violência doméstica
Nos primeiros quatro meses deste ano, 28 mulheres foram vítimas de tentativa de homícidio, dezassete morreram e onze estão em estado grave. É com este pano de fundo que o Bastonário da Ordem dos Advogados defendeu que a violência doméstica não deve ser crime público, provocando a indignação de associações, nomeadamente da APAV. Não ser crime público significava que a vítima podia desistir da queixa contra o agressor durante o processo. Ora, sabendo que as vítimas de violência doméstica são na sua grande maioria mulheres, se esta sugestão fosse aceite, esta seria uma alteração que as desprotegeria ainda mais, dando-lhes mais uma possibilidade de consentir um acto infame. Se existem limites na vida, este é um deles. Ninguém é livre ao ponto de escolher ser maltratado, abusado e violentado por ninguém, nem pelo cônjuge. As vítimas de violência doméstica, impotentes face a um agressor que misteriosamente amam, são vulneráveis e frágeis. São vítimas reais e, como tal, devem ser protegidas e bem tratadas, não encorajadas a renunciar de uma decisão já de si tomada com dificuldade. O que leva estas mulheres a não denunciar os maridos? O ditado "entre marido e mulher não metas a colher" ainda é respeitado em Portugal? A violência doméstica deve continuar a ser um crime público?
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